"Ser diretor e fotógrafo ao mesmo tempo é a assumir a
paternidade de fato. Nessa condição, fiz curtas e médias metragens, nunca
longas. Mas no caso, não tenho nada pensado. Aliás, venho pensando no que venho
fazendo há muito pouco tempo. Quero dizer que era um impulso mesmo, como uma
fera qualquer que quisesse arrebentar a minha pele e sair pra fora. Era
necessário que eu falasse, era um impulso. Nisso, a câmera virou um
instrumento, minha arma de guerra. Então, aprendi a fazer dela a expressão do
meu olho e da minha consciência. Então ela ficou uma parte colada na minha
pele. Virou um impulso e eu poucas vezes refleti sobre isso. É tão fácil
estender a minha mão, apanhar o instrumento de minha consciência e ir com ele,
chorar com ele. Uma coisa natural."
(Entrevista de Raulino para a Filme Cultura, não incluída no catálogo do Forum)
Nenhum comentário:
Postar um comentário