DEFESA SECRETA
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
ANDREA TONACCI: A INVENÇÃO COMO GÊNERO
"Never any young adventurer's missfortunes, I believe,
began sooner, or continued longer than mine."
Robinson Crusoe, Daniel Defoe
Dos realizadores hoje em atividade
no Brasil, nenhum deles é movido por um compromisso tão agudo com a sua própria
intuição quanto Andrea Tonnaci. Não fosse pela trágédia que encerrou de maneira
súbita a vida e a carreira de Eduardo Coutinho, no início de 2014, ele talvez fosse
um dos únicos capazes de lhe fazer companhia, ao menos nessa frente avançada de
expressão de uma sensibilidade artística que se confunde tanto com a vida
pessoal quanto com o contexto político que a envolve. Tonacci, com Serras da Desordem, já havia feito o seu
Cabra marcado para morrer. Agora, com
Já visto Jamais visto, ele vai um pouco mais longe (ou um pouco
mais perto, dependendo do ponto de vista) e nos oferece a sua própria versão de
um clássico, não mais do cinema brasileiro, mas da literatura universal – algo
como o nosso Robinson Crusoe, A volta ao
mundo em oitenta dias ou A ilha do
tesouro. Estão ali, a começar pelos créditos, as letras douradas, a
ilustração antiga, a diagramação um pouco rude das coleções. Que os pais
coloquem os filhos nos colos, e leiam esse filme por sobre os seus ombros!
Finalmente o cinema brasileiro – nesse aspecto muito aquém da literatura, para
dizer o mínimo – encontra uma figuração digna dos sentimentos conturbados e
aventurescos da infância, com todo seu entorno mítico, sua fascinação pelo
desconhecido, sua familiaridade inocente com o sagrado.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
sábado, 23 de novembro de 2013
"Ser diretor e fotógrafo ao mesmo tempo é a assumir a
paternidade de fato. Nessa condição, fiz curtas e médias metragens, nunca
longas. Mas no caso, não tenho nada pensado. Aliás, venho pensando no que venho
fazendo há muito pouco tempo. Quero dizer que era um impulso mesmo, como uma
fera qualquer que quisesse arrebentar a minha pele e sair pra fora. Era
necessário que eu falasse, era um impulso. Nisso, a câmera virou um
instrumento, minha arma de guerra. Então, aprendi a fazer dela a expressão do
meu olho e da minha consciência. Então ela ficou uma parte colada na minha
pele. Virou um impulso e eu poucas vezes refleti sobre isso. É tão fácil
estender a minha mão, apanhar o instrumento de minha consciência e ir com ele,
chorar com ele. Uma coisa natural."
(Entrevista de Raulino para a Filme Cultura, não incluída no catálogo do Forum)
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